sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Dilemas do Macho


O post que me antecede, assinado pelo Patron Mig, fez-me pensar nalgumas das dúvidas que nos assolam a nós homens. Por um lado é-nos hoje exigido - e bem - que dividamos as tarefas com as mulheres com que vivemos, mas por outro lado espera-se que continuemos a ter aquela atitude do macho que resolve os problemas mais pesados de qualquer casa: electricidade, torneiras, pendurar candeeiros, pendurar quadros...


Pessoalmente, nunca gostei de mulheres que se resumem à atitude que está entre o maternalismo e a subserviência. Mas, há mulheres que à partida entendem que o Homem não deve fazer certas coisas. Não é expectável e sempre nos dá um certo charme desastrado não saber como fazer um ovo estrelado ou qualquer merda que um mentecapto consegue fazer. E casos destes existem em casais juntos há 50 anos ou há 50 dias. Que raio de mulheres são estas? 
Confesso que me causa alguma perplexidade um caramelo chegar aos 37 anos virgem numa tarefa doméstica tão básica como fazer uma máquina de roupa - gosto do termo coloquial "fazer uma máquina". Eu sei que hoje em dia fica bem a um homem dizer que faz esse tipo de coisas e, com isto, não estou a pensar que o meu companheiro de escrita o fez com essa intenção. Mas, a verdade é que ouço muitos homens gabarem-se de fazerem tarefas que são básicas. Dá-lhes um perfil versátil, independente e preocupado na divisão do quotidianos doméstico. 
Sinceramente, será assim tão difícil juntar um monte de roupa, ler o programa da máquina (que diz roupa branca, cor, etc) e definir uma temperatura? Será necessário ter um MBA em gestão caseira para se perceber como se lava a louça ou passa a ferro? Claro que tudo isto pode ficar menos bem feito do que é suposto, mas isso pouco interessa. O que conta é que somos nós que o fazemos, sem precisarmos de ninguém.
Falo por mim, naturalmente, mas desde a minha adolescência que fui educado a saber tratar das minhas coisas: roupa, comida, limpeza e organização do meu espaço. Se calhar por isso sempre me fez confusão a ideia de depender de alguém, nomeadamente de alguém com quem partilhamos a nossa vida, para conseguir ter o conforto que entendo por básico.
Se me perguntarem se gosto das actividades domésticas (tratar da roupa, louça, aspirar, etc) é claro que digo que não! Mas são daquelas coisas que têm que ser feitas portanto não vale a pena perder tempo a pensar em merdices. De todas estas tarefas, há uma no entanto que me dá real prazer. Gosto de cozinhar e gosto ainda mais de o fazer para quem gosto. E garanto que não tem nada a ver com esta mania recente dos chefs novos e cheios de truques que tanto vemos na televisão e nas revistas. Garanto também que executar qualquer uma das tarefas referidas anteriormente não afecta a virilidade de nenhuma. Portanto, "idem-se" fornicar...

2 comentários:

Happinêss disse...

Duvido sempre de quem diz "não sei nem estrelar um ovo." Man, não há quem não saiba estrelar um ovo, não há ciência para partir um ovo em azeite quente e, ainda que estejamos num mau dia para o fazer, um ovo mal estrelado pode sempre resultar num outro prato conhecido - o ovo mexido. Já alguém ouviu alguém dizer que não sabe nem mexer um ovo??? Não.

Em relação à roupa, tolero que não se saiba passar roupa (passar uma camisa é uma cruz) ou coser um botão, agora por roupa dentro de um tambor, deitar detergente na caixa, accionar o botão dos 30º ou 40º e pressionar o play, meus amigos, é mais fácil do que fazer a barba ou por um preservativo. No entanto, nunca niguém ouviu dizer "epah, ando a aprender a fazer a barba com a minha mãe, mas isto não vai lá..." ou "epah, sou tão desengonçado que nem um preservativo sei por, deixo isso para a minha namorada..."
Há com cada um, que até parecem dois...
=)

lcb disse...

Happinêss, era aí que pretendia chegar!!! Estamos juntos!